15 agosto 2024

Mais do mesmo...

 Minha conversa com a minha mãe foi péssima, ou melhor, como antes... eu falo b ela entende y...

Eu voltei lá para os 18 anos, ela colocou no presente que sou péssima mãe, filha, ser humano...

Devo ser mesmo e vivo querendo convencer sendo fake. Ou não, ou tenho tentado mudar, mas algumas pessoas se beneficiam dos meus erros, pois faz com que reafirme que eu não tenho jeito. Às vezes a esperança do ‘pode dar certo’ dói mais que a ‘certeza que não vai dar’, e elas preferem ficar com a ‘certeza’.

Eu nunca coube em lugar algum, ou porque eu ‘era’ estranha, ou porque as pessoas ‘me julgavam inteligente fora da curva’, ou porque me achavam muito autêntica e isso sempre incomodava, ou porque nunca tive o hábito de ter que agradar as pessoas para ser bem quista, pois a minha parte autista não se importa com isso. Quem me importava e que eu precisava da certeza que me amava era o meu pai, e isso nunca me faltou...

Exceto quando ele faleceu. Daí me transformei em uma pessoa carente, e talvez por eu acreditar que só quem me amava era o meu pai, acho estranho as pessoas gostarem de mim. E agora, quem vai me amar?

Meus filhos me amam, e estranhamente têm admiração por mim... E tá bom!

Eu sempre me amei do jeito torto que sou, e para mudar precisei me odiar muito, até transformar o que era ruim em algo bom para eu voltar a me amar.

E eu continuo me encolhendo para caber nos lugares... Talvez seja a hora de escolher um lugar que me caiba... preciso de um abraço.


30 agosto 2019

Os Quinze...

Filho, nem sei como começar... 

São quinze anos do teu nascimento, eu deveria começar pedindo desculpa por não ter sido a mãe que tu merece... Tive um exemplo tão maravilhoso de um pai quase perfeito que foi o meu, e não consegui refletir minha vivência de filha, como mãe... Mas uma certeza podes ter, eu te amo, e amo mais que tudo na vida, assim como amo tuas irmãs. Vocês são as atitudes mais acertadas que já tive, e o fato de eu não estar presente, não significa falta de amor, significa que eu não soube acertar meus passos, que fiz escolhas erradas e essas escolhas refletiram justamente naquilo que mais amo: vocês. Toda ação tem resultado, e não tem como fugir dessa lei da física, por isso queria te dizer algumas coisas e que leves isso pra tua vida:

Parafraseando um discurso: Use filtro solar!
Coma pouco sal, e sobretudo, pouco açúcar, tome água, faça exercícios físicos, se apaixone por tudo o que fores fazer profissionalmente, a técnica a gente aprende em livros, a excelência vem do brilho dos olhos e o brilho dos olhos vem em fazer com paixão... Seja educado e gentil sempre que possível, e principalmente quando necessário. Ame de coração aberto, amar não gasta, mas não insista em amores frágeis, o bom amor é de dois... Cuide das tuas três irmãs. Não tenhas medo de perder um campeonato, dê risada do medo, e sorria para as vitórias com mais satisfação que vaidade... Leia sempre, tudo o que puderes, a informação é a maior riqueza que alguém pode ter, além de um bom coração... E saibas que tua mãe é tua maior fã e te ama muito.

Feliz Aniversário... Logo estou de volta, embora esteja sempre aí de coração!

18 fevereiro 2019

Diálogos possíveis na vida imitando a arte

Rei: -Me diga uma coisa, Lika...
Você está feliz neste mundo moderno? Ou você precisa de mais? Existe algo mais que você está procurando? Estou caindo, e em todos os bons momentos me vejo almejando uma mudança. E nos momentos ruins, eu tenho medo de mim mesmo!


Lika: -Me diga uma coisa, Rei...
Você não está cansado de tentar preencher esse vazio? Ou você precisa de mais? Não é difícil manter toda essa energia? Também estou caindo, e em todos os bons momentos me vejo almejando uma mudança. E nos momentos ruins, eu tenho medo de mim mesma!


Se você me ver ficar poderosa, se você me ver ficar 'alta', segure a minha mão e me puxe! E se você quiser, faço o mesmo por você...

Inspirado no filme Star Is A Born, Shallow...

Sobre um fim de semana em que minha alma foi despida a 'ferro' e 'fogo'... Sobre encontros e desencontros... Sobre sincronicidade... Sobre o cansaço de ser intocável... Sobre conversas intermináveis... Sobre acasos afortunados... Sobre não precisar jogar, não precisar mentir, sobre aprender a confiar, e sobre início, meio e ...


05 fevereiro 2019

Réplica...

Não é sobre pedir desculpas (e não é mesmo), e querer ver longe... Talvez seja sobre coisas que não sei lidar, e que não sei nominar!

Não é sobre estar egoísta, sentir ciúmes e ao mesmo tempo desejar que sejas feliz, respeitar o livre arbítrio, e ter raiva por determinadas e específicas escolhas... Talvez seja sobre paradoxos e honestidade necessária!

Não é sobre amor, nunca foi sobre paixão, talvez seja sobre amizade, ou algo parecido e mutante... Dá vontade de ficar perto, de contar a vida (desde os pequenos acontecimentos banais, até os fatos que mudam o destino).

Não é sobre querer estar perto sempre, mas sobre uma necessidade de que isso seja habitual.

É sobre sentir uma segurança absurda perto, intimidade quase absoluta, afinidade onipotente... É sobre admirar alguns defeitos e outros tolerar, é sobre tolerar algumas qualidades, mas muitas admirar.

Não sei e não preciso saber o que é, porque já é/era especial e isso basta/bastava... É sobre saber o que não é, e muitas pessoas acharem que é o que não pode ser... Mas tanto faz, e às vezes é engraçado, outras, não falar é deboche, mas a real é que não é da conta de ninguém, porque quem define, limita, e é sobre liberdade...

Mas daí vem o ciúmes que é, e não pode ser, e vem a vontade de mandar longe, e vem apenas a necessidade de desentalar, porque jogar pedra ainda faz estragos 'ilegais', embora 'legais'...

É sobre não querer 'tréplica', é sobre entender que tudo tem fim e aceitar, negando... Ou negar, aceitando...

É sobre algo que nunca senti antes, e na vida já senti de quase tudo um muito: amor, paixão, ódio, vontade de matar... Não é sobre isso!

Tem muito mais entre a nossa amizade do que supõe minha vã filosofia, física, química, biologia, matemática, português e poesia...

Não é texto do blog, mas é tão bonitinho e poético que vale o registro... (Mais uma vez a maldição do blog se consuma: quando um sentimento vira texto, em seguida fica 'obsoleto' e 'evapora', ou cria vida e vai embora...)

04 fevereiro 2019

Para luzir o dia!!!!!

Há dias ela tenta lembrar de alguma boa sensação que a faça emergir...
No rádio toca uma música e ela, imediatamente, é transportada para a sua frase de estimação: "O improvável um dia acontece"!
Ela está no parapeito da janela, a cerveja já está quente no copo, e eis que surge um brilho latente no olhar....
Ela levou um choque ao perceber que estava sentindo aquela sensação de 'pertencer' a alguém sem estar presa, e que isso podia ser inclusive perene, e ainda, que ela não precisava mais ter medo do tédio... Ela nunca ficaria entendiada ao lado dele, pelo menos não enquanto houvesse interesse mútuo e recíproco!
Então ela ajeitou-se no parapeito para que o choque não a tombasse do terceiro andar do Jupiá. Fechou os olhos, uma brisa vinha pela janela, e então ela recordou com carinho da história da primeira (e agora não mais única) vez que sentira essa sensação: Libertador e Aterrorizante (definiu em silêncio)!
Quando o coração elege não tem para onde correr...
Na mão um cigarro que ela segura com a mesma displicência que leva a vida.
Ela se vê no reflexo da janela do vizinho e tem um diálogo silencioso com ela mesma. Ela finge entender desse sentimento de 'pertencimento', mas a sua condição de turista é evidente, então, assustada, enxerga um letreiro em neon apontando para o 'caminho de volta'... "Já está tarde", diz a voz do reflexo... E ela sabe que dentre seus superpoderes não está o de escrever finais felizes...

Ao som de LOVE COMES TO EVERYONE.

Ela desceu do parapeito, apagou o cigarro no cinzeiro, tomou a cerveja em um gole só... Não existe nada mais libertador do que "pertencer" a alguém de livre, espontânea vontade, todos os sentidos e desejos... E é aterrorizante não poder viver isso...

P.S.: Ela pretendia apenas que ele soubesse que isso é amor!